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Melhorar a capacitação dos professores.

  • Foto do escritor: dadivatreinamentos
    dadivatreinamentos
  • 7 de mai. de 2016
  • 2 min de leitura

Acredito que a capacitação dos professores deveria ser organizada sobre a base do trabalho em grupo mais do que do processo individual, bem como centrar-se em um trabalho colaborativo para a solução de situações problemáticas que surgem na profissão docente.

A capacitação assume, então, um conhecimento que permite criar processos próprios de intervenção, em vez de dar uma instrumentação já elaborada. Para isso, será preciso que o conhecimento seja submetido à crítica em função de seu valor prático, do grau de conformidade com a realidade e da análise dos pressupostos ideológicos nos quais se baseia.

Se pensarmos que um dos objetivos prioritários na capacitação é a criação de um profissional com espírito crítico, autônomo e construtivo, a capacitação pessoal deverá ter como finalidade a potencialização de modelos autônomos de trabalho. Isso não evita que os modelos autônomos necessitem de um referente teórico-prático e de reflexão para a sua consolidação.

Dessa perspectiva, a capacitação apoia-se tanto na aquisição de conhecimentos teóricos e de competências quanto no desenvolvimento de capacidades de processamento da informação profissional, análise e reflexão crítica na ação em sala de aula, no diagnóstico, na decisão educativa, na avaliação de processos e na reformulação de projetos, o que se consegue na interação das pessoas. Ninguém aprende a conduzir apenas por meio de powerpoint. Ninguém aprende a refletir ou a projetar teoricamente. Muitos aspectos na capacitação não se ensinam, mas se aprendem.

Devemos colocar os professores não tanto em atitude de lhes ensinarmos, mas em situações de aprendizagem com os colegas. Para isso, devemos, mais do que ensinar ou formar, criar situações e espaços de reflexão e de desenvolvimento profissional trabalhando em equipe.

Se a capacitação serve para algo, em primeiro lugar é para mudar e, em segundo lugar, como revulsivo crítico, para superar as situações perpetuadoras que se arrastam há muito tempo na profissão docente: a alienação profissional, a dependência, as condições de trabalho, a estrutura hierárquica e o sexismo, entre outras. Isso implica formar na mudança e para a mudança mediante a ruptura de tradições, inércias e ideologias impostas; formar-se através do desenvolvimento de capacidades reflexivas em grupo, já que o mundo à nossa volta está tornando-se cada vez mais complexo, enquanto as dúvidas, a falta de certeza e a divergência são aspectos consubstanciais com que se tem de conviver. Isso requer, portanto, uma mudança na s posturas e nas relações com os profissionais nas escolas.

A melhoria da capacitação dos professores consiste, em parte, em estabelecer os caminhos para ir conquistando melhorias pedagógicas, trabalhistas e sociais, assim como no debate entre o próprio coletivo profissional, o que pode ser feito mudando-se a forma e o conteúdo da capacitação dos professores, passando-se de uma profissão subsidiária a uma profissão autônoma.

Texto de Francisco Imbernón, professor do Departamento de Didática e Organização Educativa da Universidade de Barcelona (Espanha). Extraído de http://www.grupoa.com.br/revista-patio/artigo/6912/nova-capacitacao-para-um-novo-seculo-e-uma-nova-educacao.aspx


 
 
 

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